Uma História Marcante de Emancipação e Indústria
Volta Redonda, situada no estado do Rio de Janeiro, emergiu como uma cidade de grande importância econômica e social, especialmente após a instalação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) na década de 1940. A fundação da CSN não apenas alavancou a industrialização da cidade, mas também a transformou em um modelo de ‘company-town’ – uma localidade onde uma única empresa exerce um papel preponderante em sua estrutura urbana, segundo o especialista Lima (2008). Essa dinâmica institucionalizou Volta Redonda como um símbolo da era Vargas, que preconizou a intervenção do Estado na economia.
A cidade foi projetada por Atílio Corrêa Lima, um urbanista de renome que se inspirou em conceitos do urbanismo francês e na ideia de uma ‘cidade industrial’ proposta por Tony Garnier. De acordo com Assis (2013), o planejamento urbano de Volta Redonda buscou criar uma relação sinérgica entre capital e trabalho, com habitação, comércio e serviços integrados de forma eficaz. Essa estrutura visava facilitar o cotidiano dos trabalhadores da CSN, que eram os principais moradores da cidade, em um ambiente que refletia as hierarquias laborais.
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Conforme destacado por fontes e Lamação (2006), a presença da CSN moldou não só a economia, mas também a identidade cultural e social de Volta Redonda. A usina, centralizada na cidade, substituiu a tradicional praça e a igreja matriz, comuns em muitas cidades brasileiras, como os principais pontos de encontro e socialização. Essa substituição teve implicações profundas na dinâmica comunitária da cidade, onde a industrialização se tornou o eixo central.
O Papel da Educação e Cultura no Crescimento da Cidade
Com a emancipação política-administrativa em 1954, Volta Redonda começou a se expandir além da influência direta da CSN, mas a companhia continuou a desempenhar um papel vital. A CSN também investiu na educação local, criando a Escola Técnica da CSN em 1944, que formou mão de obra qualificada para atender às suas necessidades. Além disso, outras instituições educacionais surgiram, como o Colégio Nossa Senhora do Rosário, refletindo uma sólida parceria entre a empresa e a Igreja local.
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Nos dias atuais, Volta Redonda se destaca como um polo educacional, abrigando diversas instituições de ensino superior, como o Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA) e a Faculdade Sul Fluminense (FASF). Estas instituições atraem milhares de estudantes, promovendo uma economia vibrante que beneficia setores como alimentação, comércio e lazer. Além disso, o Hospital da FOA, inaugurado recentemente, amplia as opções de cuidado à saúde da população, refletindo a união entre educação e saúde na cidade.
Comemorações e Desafios para o Futuro
Aos 70 anos, Volta Redonda celebra uma rica trajetória de superação e crescimento. O evento de comemoração marcado para o dia 17 de julho, na Praça Sávio Gama, simboliza a união da comunidade e a esperança para o futuro. Contudo, a cidade enfrenta desafios como a necessidade de planejamento urbano sustentável e a manutenção do crescimento econômico, principalmente após a transferência das responsabilidades da CSN para a prefeitura em 1967.
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Além disso, o crescimento desordenado e os desafios da infraestrutura urbana requerem um olhar atento na formulação de políticas públicas que garantam qualidade de vida. A cidade, que já foi considerada um ‘estado em miniatura’ pela sua estrutura social e econômica interligada, continua a evoluir, visando um futuro onde seus cidadãos possam prosperar em um ambiente equilibrado e sustentável.
Com arraigadas tradições e um espírito de comunidade forte, Volta Redonda não apenas celebra seu passado, mas também se prepara para um futuro promissor. A cidade é um testemunho vivo de como a união entre indústria, educação e Cultura pode transformar uma localidade em um centro de desenvolvimento e inovação.