A emancipação e a história de Volta Redonda
Volta Redonda, oficialmente emancipada em 1954, cresceu substancialmente devido à instalação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) na década de 1940. Esse marco não apenas impulsionou a industrialização brasileira durante a Era Vargas, mas também moldou a identidade da cidade. Segundo Ianni (1971), a CSN simboliza o triunfo dos vencedores da Revolução de 1930, refletindo a intervenção do Estado na economia.
A estrutura urbana de Volta Redonda foi organizada sob o modelo de ‘company-town’, que se refere a cidades administradas por uma única empresa. Lima (2008) define essa configuração como uma “minicidade”, na qual a companhia controlava habitações, comércio e serviços. Assim, a CSN não apenas dominava o mercado imobiliário, mas também proporcionava infraestrutura vital para seus trabalhadores.
Segundo Assis (2013), a cidade operária foi projetada por Atílio Corrêa Lima, um urbanista influenciado pelo urbanismo francês. O planejamento visava a economia e a funcionalidade, resultando em um traçado simples e acessível. A cidade também foi influenciada pela ‘cidade industrial’ de Tony Garnier, onde cada área tinha uma função específica, como habitação e lazer, buscando atender as necessidades emergentes da população.
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A Influência da CSN na Cidade
A CSN moldou Volta Redonda em todos os aspectos, destacam Fontes e Lamarão (2006). Em vez de praças e igrejas típicas das cidades brasileiras, a Usina da CSN ocupava o centro da cidade, tornando-se um marco. A presença da Igreja Católica, embora menos central, resultou na construção de um templo na Vila Santa Cecília, que, apesar de sua localização, nunca teve seu papel político relegado.
Os polos urbano e fabril de Volta Redonda interagiam diretamente. Lopes (2004) enfatiza que o planejamento urbano visava reinventar a relação entre capital e trabalho, onde a estrutura da cidade se tornava uma extensão da fábrica, criando um espaço de convivência peculiar.
Expansão e Crises
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Com a emancipação em 1954, a CSN continuou a controlar a cidade até 1967, quando suas responsabilidades foram transferidas para a prefeitura. Este período foi marcado por desafios econômicos significativos, conforme descrito por Moreira (2000). Em 1967, a CSN reportou seu primeiro déficit orçamentário e começou a implementar cortes, incluindo a venda de propriedades para seus empregados.
No campo educacional, a CSN estabeleceu a Escola Técnica da CSN em 1944, que mais tarde se tornaria a Escola Industrial Pandiá Calógeras, além de outras instituições para atender a demanda local por formação profissional, solidificando a conexão entre a empresa e a comunidade.
Um Centro Universitário em Crescimento
Atualmente, Volta Redonda é um polo educacional, com várias instituições de ensino superior, como o Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA) e o Centro Universitário Geraldo Di Biase. Com mais de 50 anos de história, o UniFOA se destaca pela excelência em cursos como Medicina, enquanto a Faculdade Sul Fluminense (FASF) se dedica a atender as necessidades da população local.
Desafios e Oportunidades
Volta Redonda enfrenta uma nova era de desafios, especialmente na busca por inovação e tecnologia. O recente investimento em hospitais e espaços de inovação, como o Vírgula Hub, demonstra o esforço da cidade para se manter relevante no cenário atual, estimulando parcerias entre universidades e empresas.
Comemorando seus 70 anos, Volta Redonda não só reconhece seu passado, mas também mira um futuro de desenvolvimento sustentável e inclusivo, reforçando seu papel como um centro dinâmico no Sul Fluminense.