Denúncias de Coação e Falsidade Ideológica
O ex-prefeito de Araruama, Francisco Carlos Fernandes Ribeiro, mais conhecido como Chiquinho da Educação, enfrenta sérias acusações de tentativa de obstruir a Justiça em relação ao caso de atentado contra o empresário Max Maximino Claudino dos Santos, conhecido como Max dos Medicamentos. O episódio, que ocorreu em agosto de 2024, levantou uma série de denúncias envolvendo a manipulação de testemunhos e a inserção de nomes de inocentes nos registros da investigação.
Documentos registrados em cartório e nas autoridades policiais revelam que Chiquinho da Educação, em conluio com o advogado Rodrigo Bach Barreto, teria tentado direcionar a investigação para alvos errôneos. As informações foram trazidas à tona pelo servidor público Eduardo dos Santos Damas, atualmente detido no Presídio Evaristo de Moraes, no Rio de Janeiro. Eduardo fez uma retificação de seu depoimento anterior, alegando que havia sido coagido a prestar falso testemunho.
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Em uma declaração formal, Eduardo contou que, após a trágica morte de seu filho em um confronto com a polícia, Rodrigo Barreto o abordou. O advogado exibiu uma foto do filho falecido e o pressionou a acusar empresários e políticos, em troca de assistência jurídica, estabilidade no cargo e ajuda financeira. “Mesmo sem entender o que estava acontecendo, acabei cedendo à pressão psicológica. Rodrigo me induziu a relatar uma versão completamente fabricada, incluindo o nome do meu próprio filho como membro de um grupo de extermínio”, afirmou Eduardo em uma escritura registrada no 24º Ofício de Notas, em 8 de julho.
As novas declarações de Eduardo também apontam que Chiquinho da Educação teria orientado diretamente a inclusão de nomes, oferecendo promessas de até R$ 300 mil e a garantia de manutenção em seu cargo público. Entre os indivíduos que teriam sido mencionados como mandantes e executores do crime, estavam os empresários Polati e Bruno Cabeção, além de policiais e vereadores da região. Contudo, em um novo depoimento prestado à 118ª Delegacia de Polícia (118ª DP), Eduardo voltou atrás e declarou que não conhece esses nomes e que apenas três pessoas mencionadas anteriormente tinham alguma relação com ele, como um vizinho, um parente por afinidade e um comerciante local. Os demais citados, segundo Eduardo, eram completamente desconhecidos.
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Possíveis Consequências e Novas Investigações
Essas recentes declarações reforçam as suspeitas levantadas por investigadores sobre uma possível tentativa de desviar a atenção da investigação principal. As evidências sugerem que o objetivo poderia ser envolver adversários políticos e empresários que têm ligação com contratos públicos em Araruama. A situação se torna ainda mais preocupante com a potencial atuação de milicianos que, segundo apurações, teriam ligações políticas na Câmara Municipal de Araruama.
Fontes próximas à investigação confirmaram que tanto a Polícia Civil quanto o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro estão considerando abrir uma nova linha de investigação. O foco será apurar crimes de coação de testemunhas, falsidade ideológica, obstrução de Justiça e denunciação caluniosa, a última das quais pode resultar em penas de até oito anos de prisão.
Enquanto isso, o inquérito avança para nova fase. A prioridade agora é descobrir quem, de fato, participou da suposta fabricação de provas e se houve utilização indevida da máquina pública para garantir benefícios ilegais a Eduardo. Essas novas revelações devem levar a medidas cautelares e solicitações judiciais por parte dos órgãos de controle. Assim, o caso de Chiquinho da Educação continua a evoluir, revelando desdobramentos que poderão impactar significativamente a política local.