Resultados positivos no aprendizado
No Rio de Janeiro, a primeira capital do Brasil a banir celulares nas aulas da rede pública, a medida tem gerado resultados encorajadores. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, um estudo realizado em 900 escolas revelou que, após a proibição, os alunos apresentaram um aumento de 25% no aprendizado em Matemática e 14% em Língua Portuguesa. Essa mudança reflete uma resposta eficaz a uma preocupação crescente com a distração nas salas de aula.
Antoine Lousao, subsecretário executivo da Secretaria Municipal de Educação do Rio, destacou que a decisão de proibir o uso de celulares foi motivada pela observação de uma “epidemia de desatenção” que afetava os estudantes. Ele enfatiza que a proibição sozinha não é suficiente e defende a necessidade de um projeto educacional integrado. “Hoje, o maior desafio é a capacitação de professores e alunos. Não adianta investir em inteligência artificial se os alunos não estão preparados para utilizá-la”, afirmou Lousao.
A professora Débora Garofalo, reconhecida por seu trabalho na educação e criadora do projeto Robótica com Sucata, corroborou que a proibição dos celulares trouxe melhorias visíveis no desempenho dos alunos. No entanto, ela alertou para a importância de implementar uma educação digital que também aborde o uso responsável dos celulares fora da escola. “Não é um trabalho fácil. Precisamos reconsiderar a forma como ensinamos. A abordagem expositiva ainda predomina, e esses jovens nasceram em uma era digital”, disse Débora.
O papel do celular na educação
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O historiador e professor Thiago Gomide, colunista do GLOBO e criador da página Tá Na História, comentou sobre a necessidade de saber quando utilizar o celular como ferramenta de aprendizado e quando mantê-lo guardado. Ele solicitou investimentos em mídia-educação nas salas de aula, ressaltando sua experiência com jovens imersos na “ditadura do like”. “Devemos estar bem preparados para orientar esses jovens, pois há um forte desejo de fama que pode resultar em frustração quando não são aceitos os resultados esperados em redes sociais. A proibição do celular deve vir acompanhada de um trabalho sério de mídia-educação”, alertou Gomide.
A influência das novas tecnologias, incluindo a inteligência artificial, também traz à tona a necessidade de uma revisão na formação dos professores. Na PUC-Rio, as capacitações docentes são baseadas no reconhecimento das habilidades e conhecimentos adquiridos ao longo de anos de experiência em sala de aula. O padre Anderson Antonio Pedroso, reitor da universidade, enfatizou que “precisamos de uma formação que valorize o que os educadores já sabem, alinhando isso a uma perspectiva de empregabilidade e consciência crítica. Não faz sentido dominar IA sem considerar a experiência em sala e a inteligência emocional. Caso contrário, essa tecnologia pode se voltar contra nós”, afirmou o reitor.
Regulamentação da tecnologia e o papel dos educadores
O secretário municipal de Educação do Rio, Renan Ferreirinha, também defendeu a necessidade de estabelecer limites para a utilização da inteligência artificial em sala de aula, sublinhando a relevância da atuação dos professores. A reflexão sobre o uso da tecnologia e o seu impacto na educação é mais importante do que nunca, especialmente em um momento em que as inovações digitais estão mudando rapidamente o cenário educacional.
Portanto, a proibição dos celulares nas escolas do Rio de Janeiro não apenas gerou resultados positivos no aprendizado, mas também trouxe à tona discussões cruciais sobre a educação digital, a formação docente e o papel da tecnologia nas salas de aula. A adaptação a essa nova realidade exige um esforço conjunto entre educadores, alunos e a gestão pública, visando preparar as futuras gerações para um mundo cada vez mais digital.

