Iniciativa de Saúde Pública
O Ministério da Saúde iniciou um mutirão nacional de cirurgias neste fim de semana, com a meta de realizar cerca de 11,5 mil procedimentos em apenas dois dias. Este esforço é parte de uma estratégia mais ampla que visa realizar 61,6 mil atendimentos, incluindo consultas e exames especializados. A ação é uma resposta a um dos desafios mais complexos enfrentados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que viu suas filas aumentarem sobremaneira devido à pandemia e a problemas históricos de financiamento e estrutura.
De acordo com informações do ministério, as cirurgias programadas serão voltadas exclusivamente para pacientes que já foram agendados pelas unidades locais de saúde. As áreas de maior atenção incluem gastroenterologia, urologia, ortopedia, cardiologia e cirurgias plásticas reparadoras. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a importância dessa ação ao afirmar que se trata de um “esforço concentrado para enfrentar uma fila que se acumulou ao longo dos últimos anos”.
Santas Casas e Hospitais Filantrópicos na Linha de Frente
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Desse total de cirurgias, mais de 9 mil serão realizadas em 134 Santas Casas e hospitais filantrópicos localizados em 19 estados, abrangendo regiões como São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro. Os procedimentos programados incluem cirurgias bariátricas por videolaparoscopia, hernioplastias, vasectomias, colecistectomias e cirurgias plásticas abdominais, além de atendimentos ambulatoriais e exames de imagem, como tomografias, ressonâncias magnéticas e endoscopias.
Unidades federais de referência, como o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e o Instituto Nacional de Cardiologia (INC), também estão envolvidas no mutirão. Essas instituições buscam oferecer um suporte adicional para garantir que a demanda por procedimentos especializados seja atendida.
Hospitais Universitários Ampliam a Capacidade de Atendimento
Simultaneamente, os 45 hospitais universitários filiados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) realizam sua terceira edição do “Dia E”, que também faz parte do programa federal. A expectativa é que essas unidades promovam cerca de 2,2 mil cirurgias, além de 9,2 mil consultas especializadas e mais de 40 mil exames durante este fim de semana.
Arthur Chioro, presidente da Ebserh, enfatizou que essa ação não apenas contribui para o tratamento de pacientes, mas também proporciona uma valiosa experiência prática para estudantes e residentes em formação nas instituições ligadas às universidades federais.
Desafios Estruturais Persistem
A dificuldade de acesso a atendimentos especializados, especialmente cirurgias eletivas, continua sendo uma das principais fontes de insatisfação entre usuários do SUS. A discrepância no tempo de espera por cirurgias varia consideravelmente entre diferentes estados e municípios, com algumas regiões apresentando tempos de espera que podem ultrapassar meses ou até anos, dependendo do tipo de procedimento.
Além dos mutirões, o programa Agora Tem Especialistas abrange outras iniciativas, como a ampliação do horário de funcionamento dos serviços de saúde, o envio de carretas móveis para exames e atendimentos, a formação e provimento de médicos especialistas, e parcerias com hospitais privados para oferecer suporte adicional ao SUS.
O Ministério da Saúde acredita que, ao combinar essas ações, será possível reduzir significativamente os tempos de espera ao longo de 2025. Entretanto, até o momento, não há um balanço consolidado que possibilite medir o impacto dessas medidas sobre as filas de atendimento a nível nacional.

