A História da Emancipação de Volta Redonda
Volta Redonda, situada no coração do Sul Fluminense, nasceu sob a égide da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que foi instalada na década de 1940. Essa corporação não apenas impulsionou a industrialização da região, mas também simbolizou o avanço do Brasil durante a Era Vargas, quando o governo começou a se envolver ativamente na economia. De acordo com Ianni (1971), a CSN se tornou um ícone do projeto dos vencedores da Revolução de 1930, refletindo uma nova era de desenvolvimento industrial.
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O modelo de ‘company-town’ foi a estratégia escolhida pelo governo federal na organização urbana de Volta Redonda. Esse conceito se refere a cidades que são administradas por uma única empresa, uma prática comum no início do século XX. Lima (2008) descreve essa estrutura como uma “minicidade”, onde a companhia controla todas as dimensões da vida urbana, incluindo moradias, comércio, escolas e áreas de lazer. Assis (2013) complementa essa visão, afirmando que a cidade era habitada quase inteiramente por funcionários da CSN, que tinha uma influência significativa sobre as condições de vida local.
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O urbanista Atílio Corrêa Lima, responsável pela concepção do projeto da cidade, foi influenciado pelo urbanismo francês e buscou um design que refletisse a simplicidade e a funcionalidade. Vieira (2011) observa que esse traçado urbano, voltado para a classe trabalhadora, optou pela ausência de monumentos grandiosos, focando em uma estrutura econômica e acessível.
Inspirado na ‘cidade industrial’ de Tony Garnier, Corrêa Lima implementou um planejamento que zonificava a cidade em áreas distintas para habitação, trabalho e lazer. A CSN moldou a paisagem urbana, transformando locais tradicionais como praças e igrejas em complexos industriais, como enfatizam Fontes e Lamarão (2006).