Retorno às Audiências no Rio de Janeiro
A Justiça Federal determinou que Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como o ‘Faraó dos Bitcoins’, deve retornar ao sistema prisional do Rio de Janeiro para participar de importantes audiências presenciais. Atualmente, ele está cumprindo pena no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná, desde 2023. As audiências estão agendadas para os dias 7, 8 e 9 de outubro de 2025, na 3ª Vara Federal Criminal do Rio, e a decisão foi tomada após um pedido da Justiça do Rio. Embora a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) tenha sugerido a realização das oitivas por videoconferência para aumentar a segurança, a Justiça fluminense manteve a necessidade de presença física do réu.
O despacho da Justiça não esclarece se Glaidson será reintegrado ao Presídio de Catanduvas após o término das audiências. O juiz responsável pelo caso mencionou documentos que sugerem que o réu continuou a atuar de forma criminosa mesmo após sua prisão, durante a denominada Operação Kryptos em 2021. Essa operação revelou um esquema complexo de fraudes financeiras e outras atividades ilícitas.
Impactos das Atividades Criminosas
Segundo informações do Ministério Público, Glaidson teria atuado como líder de uma organização criminosa que não só se envolveu em fraudes financeiras, mas também na corrupção de agentes públicos e em homicídios de concorrentes no setor de criptomoedas. O histórico criminal do réu é extenso, contando com 25 anotações criminais e 73 registros de ocorrência, que incluem homicídio, tentativas de assassinato, estelionato, organização criminosa e denunciação caluniosa.
Informações preliminares indicam que o grupo sob sua liderança movimentou mais de R$ 38 bilhões tanto no Brasil quanto no exterior. Relatórios técnicos mencionados na decisão judicial reforçam que Glaidson mantém influência significativa sobre a quadrilha, mesmo dentro do sistema prisional.
Desdobramentos Familiares e Legais
No ano de 2024, a situação familiar de Glaidson também chamou a atenção das autoridades. Sua esposa, Mirelis Yoseline Díaz Zerpa, foi detida nos Estados Unidos sob a acusação de movimentar aproximadamente 4.330 bitcoins, que equivalem a cerca de R$ 1 bilhão. Após a prisão, ela foi deportada para o Rio de Janeiro em junho. Esses acontecimentos destacam a complexidade e a abrangência das operações envolvidas no esquema criminoso do casal.
O juiz enfatizou que, apesar da possibilidade de realização das audiências de forma virtual, a decisão da Justiça do Rio deve ser respeitada. O Enunciado nº 42 do colegiado de juízes dos presídios federais estabelece que o retorno do preso ao estado de origem é necessário quando não se escolhe a alternativa de videoconferência. Com isso, o ‘Faraó dos Bitcoins’ deve se preparar para ser ouvido nas audiências que podem ter implicações significativas em seu caso e na investigação em andamento.