Um Marco na Indústria e no Urbanismo
Volta Redonda, fundada em 17 de julho de 1954, é um município que se destaca pela sua conexão intricada com a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que estabeleceu raízes na região durante a década de 1940. A CSN não apenas transformou a cidade em um importante centro industrial, mas também moldou sua estrutura urbana, seguindo o modelo de ‘company-town’, onde a empresa exerce forte influência sobre os serviços e a habitação. O urbanista Atílio Corrêa Lima, responsável pelo planejamento da cidade, buscou criar um espaço que refletisse uma nova forma de organização social e econômica, inspirado no urbanismo progressista de Tony Garnier. Essa abordagem visava estabelecer uma nova relação entre trabalho e habitação, em um contexto de intensa industrialização que caracterizou a Era Vargas.
De acordo com estudos de especialistas, como Ianni (1971), a presença da CSN em Volta Redonda foi emblemática, simbolizando o projeto vitorioso da Revolução de 1930. Com um planejamento cuidadoso, a cidade foi equipada com serviços essenciais, que incluíam habitações, escolas, hospitais e áreas de lazer, refletindo a visão de uma sociedade industrializada. Ao longo dos anos, a cidade ganhou notoriedade e se tornou um exemplo a ser seguido, embora tenha enfrentado desafios como a segregação social e a desigualdade urbana. A estrutura da cidade, que era inicialmente planejada para atender a classe operária e a alta administração da CSN, ainda repercute na configuração urbana atual.
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educação e cultura como Pilar de Crescimento
Além de seu legado industrial, Volta Redonda se destacou no âmbito educacional. O município abriga instituições de ensino superior que atraem milhares de alunos, consolidando-se como um polo universitário na região. Com destaque para o Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), a Faculdade Sul Fluminense (FASF) e o Centro Universitário Geraldo Di Biase (UGB-FERP), as oportunidades de formação acadêmica se expandem constantemente.
O UniFOA, especificamente, é reconhecido por seu prestigioso curso de Medicina, enquanto a FASF oferece uma formação mais voltada para o público trabalhador, com cursos como Psicologia e Engenharia Eletrônica. Esse crescimento acadêmico não apenas contribui para o desenvolvimento pessoal dos alunos mas também para a economia local, alimentando o mercado de empregos e fomentando novos empreendimentos.
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Inovação e Tecnologia: O Futuro da Cidade
Nos últimos anos, Volta Redonda tem investido em inovação, com a criação de espaços como o Vírgula Hub de Inovação, que visa promover o empreendedorismo e o desenvolvimento tecnológico. Este hub se tornou um ponto de encontro para startups e projetos inovadores, estimulando parcerias entre universidades e empresas. Essa abordagem contemporânea na educação e na economia reflete a necessidade de um avanço contínuo para acompanhar as demandas do mercado. Segundo Elisa Alcantara, pró-reitora do UGB, a constante atualização curricular e a implementação de tecnologias são fundamentais para garantir a empregabilidade dos alunos no futuro.
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Desafios do Crescimento e a Comunidade
Com um passado repleto de conquistas, Volta Redonda enfrenta, no entanto, desafios significativos. A cidade, que foi erguida por mãos de trabalhadores de várias partes do Brasil, deve continuar a investir em infraestrutura e políticas sociais para atender uma população crescente. A necessidade de um planejamento urbano que considere a mobilidade, sustentabilidade e inclusão social permanece como uma prioridade para os gestores locais. Os líderes comunitários e cidadãos expressam a esperança de que, com a união dos esforços governamentais e a participação ativa da população, Volta Redonda possa prosperar em seus próximos 70 anos.