A Trajetória de Volta Redonda e seu Desenvolvimento
Em 17 de julho de 2024, Volta Redonda celebra 70 anos de emancipação, uma data emblemática que não só marca o crescimento urbano da cidade, mas também reflete sua profunda conexão com a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Desde o seu surgimento na década de 1940, a CSN foi fundamental para estabelecer Volta Redonda como um marco da industrialização brasileira durante a Era Vargas, quando o Estado adotou uma postura intervencionista, conforme destaca Ianni (1971), associando a CSN ao ideário dos vencedores da Revolução de 1930.
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A cidade foi estruturada sob o conceito de ‘company-town’, técnica organizadora que atuava como um modelo urbano administrado por uma única empresa. Segundo Lima (2008), essa configuração gerou um espaço onde a habitação, comércio e serviços eram controlados por uma companhia, caracterizando Volta Redonda como uma ‘minicidade’. Assis (2013) reforça essa visão, apontando que a cidade possuía grande parte do mercado imobiliário sob controle da CSN, que gerenciava também serviços urbanos.
O urbanismo da cidade foi desenhado por Atílio Corrêa Lima, um arquiteto influenciado pelo modelo francês e pela ideia de cidade industrial, conforme descrito por Vieira (2011). A proposta de Lima visava criar uma cidade que refletisse as relações de trabalho e capital, como observado por Lopes (1993), onde a estrutura urbana se tornava uma extensão da fábrica e do Estado.