Monitoramento em Tempo Real
O chefe do Comando Vermelho na Paraíba, conhecido como “Fatoka”, está no centro de uma investigação que revela um sofisticado esquema de monitoramento de policiais e forças de segurança. De acordo com informações obtidas pela Polícia Civil e divulgadas pelo Jornal da Paraíba, a facção criminosa utilizava câmeras instaladas em locais estratégicos na cidade de Cabedelo, no Litoral paraibano. Estas câmeras, posicionadas em postes, árvores e até em residências, permitiram que integrantes do grupo, mesmo a quilômetros de distância no Rio de Janeiro, acompanhassem as ações da polícia em tempo real.
A instalação das câmeras em casas de moradores foi uma prática preocupante, já que muitos foram forçados a aceitar essa invasão de privacidade. As informações revelam que as câmeras eram utilizadas para antecipar a chegada da polícia em áreas onde a facção tinha interesses em realizar atividades criminosas. Fatoka e outros membros do Comando Vermelho recebiam alertas sempre que a polícia se aproximava, um fator que contribuía para a evasão de operações policiais.
Além do monitoramento das ações policiais, o uso das câmeras também se estendia à vigilância de grupos rivais, permitindo ao Comando Vermelho se preparar para possíveis confrontos. Segundo a polícia, Fatoka e outros criminosos estão foragidos no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, dificultando a ação das autoridades.
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Fonte: odiariodorio.com.br
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Fonte: olhardanoticia.com.br
Ações da Poliúcia e Desafios no Combate ao Crime
A Polícia Civil tem enfrentado uma série de dificuldades para desmantelar as operações do Comando Vermelho na Paraíba. Embora diversas câmeras tenham sido retiradas em operações anteriores, os suspeitos frequentemente reinstalavam os equipamentos, demonstrando a ousadia e a organização da facção. A situação é alarmante, considerando que as autoridades estão constantemente em alerta para combater a crescente influência do crime organizado na região.
Operações Recentes e Impactos Financeiros
Na terça-feira (30), uma operação coordenada pela Polícia Civil resultou na prisão de 24 indivíduos ligados ao Comando Vermelho, além de bloquear cerca de R$ 125 milhões da facção criminosa. De acordo com as investigações, a facção tem ramificações não apenas em Cabedelo, mas também em outras cidades como Campina Grande e Bayeux. A facção é considerada uma dissidência de outro grupo criminoso conhecido como “OKD”, que foi cooptado pelo Comando Vermelho para expandir suas atividades na Paraíba.
A Trajetória Criminal de Fatoka
O chefe do Comando Vermelho na Paraíba, Fatoka, possui um histórico criminal extenso. Seu primeiro registro na polícia remonta a 2012, quando foi preso por comandar uma facção criminosa, incitar rebeliões em presídios e ser cúmplice em múltiplos homicídios em João Pessoa. Após vários anos de encarceramento, Fatoka fugiu em uma massiva evasão de presos em 2018, utilizando explosivos para romper o portão de segurança da penitenciária. Ele foi recapturado meses depois em Alagoas, mas acabou sendo liberado sob medidas cautelares.
Entretanto, a liberdade de Fatoka foi breve. Ele rompeu a tornozeleira eletrônica que monitorava sua prisão em liberdade e fugiu para o Rio de Janeiro, onde permanece foragido. As autoridades agora buscam não apenas recapturá-lo, mas também investigar sua atuação nas eleições de 2024, já que ele é suspeito de aliciar eleitores e influenciar na nomeação de candidatos a cargos públicos em Cabedelo.
Implicações Legais e Investigação Contínua
Fatoka está sob investigação da Polícia Federal, com o suporte do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-PB), que também inclui a prisão de Flávia Santos Lima Monteiro. Conhecida como funcionária fantasma da Prefeitura de Cabedelo, Flávia é considerada um elo entre a gestão municipal e o Comando Vermelho, particularmente durante o período eleitoral. A situação revela um panorama devastador da interseção entre criminalidade organizada e política na Paraíba, ressaltando a urgência de medidas efetivas para restaurar a segurança pública na região.