Desdobramentos da Polêmica na Câmara
O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) se tornou uma figura central nas discussões políticas após seu afastamento forçado da presidência da Câmara dos Deputados, cargo que ocupou interinamente em substituição ao presidente Hugo Motta (Republicanos-PB). Essa ação ocorreu em 9 de abril e está sendo acompanhada de perto, pois Glauber enfrenta um processo de cassação na Casa legislativa.
Conhecido por seu discurso contundente, Glauber não hesita em criticar outros políticos, e suas declarações controversas não são novidade. Em várias ocasiões, ele se referiu ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha como “gângster”, e ao ex-ministro da Justiça Sérgio Moro como “juiz ladrão”. Recentemente, chamou Arthur Lira (PP-AL), atual presidente da Câmara, de “bandido”, o que, segundo ele, teria contribuído para a aprovação de sua cassação pelo Conselho de Ética em abril.
Durante a sessão em que foi destituído, Glauber declarou: “Eu vou me manter aqui, firme, até o final dessa história”, evidenciando seu compromisso em lutar contra o processo que tenta silenciá-lo. O deputado criticou o tratamento desigual da Câmara, comparando sua situação às de bolsonaristas como Carla Zambelli (PL-SP) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que mantêm seus mandatos mesmo após condenações.
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Conflitos e Representações
O Conselho de Ética da Câmara votou pelo fim do mandato de Glauber com uma decisão apertada de 13 votos a 5. O processo, iniciado em 2024, surgiu após um incidente em que Glauber expulsou um membro do Movimento Brasil Livre (MBL) da Câmara de forma agressiva. Vale ressaltar que essa foi a quinta representação contra ele no colegiado.
Desde sua posse em 2009, Glauber se destacou por sua retórica combativa e se tornou conhecido por suas duras críticas a adversários políticos. Recentemente, em uma sessão no Conselho de Ética, ele acusou Lira de orquestrar sua cassação utilizando um relatório “comprado”, afirmando que suas denúncias relativas ao orçamento secreto o transformaram em alvo.
No início de 2024, uma representação anterior já havia sugerido uma censura verbal a Glauber, enquanto outras denúncias foram arquivadas. Ele se reelegeu em 2022 e aproveitou a ocasião para afirmar que voltaria ao cargo com ainda mais apoio popular, agradecendo aos eleitores do Rio de Janeiro que, segundo ele, rejeitaram as tentativas de intimidação de Lira.
Histórico e Atitude em Busca de Justiça
O histórico de Glauber na política é marcado por uma postura crítica. Ele foi um dos principais opositores durante a presidência de Eduardo Cunha, proferindo um discurso contundente no julgamento do impeachment de Dilma Rousseff. Sua trajetória inclui, também, a defesa ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que o levou a um confronto direto com o então juiz Sérgio Moro em 2019, episódio que culminou em uma das primeiras representações contra ele no Conselho de Ética.
Glauber é casado com a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e, após o anúncio da possível cassação, ele decidiu realizar uma greve de fome que durou nove dias, dormindo no plenário da Câmara e se alimentando apenas de água e soro fisiológico. Ele revelou que a decisão foi difícil, especialmente ao pensar no bem-estar de seu filho pequeno.
Com uma trajetória repleta de desafios e confrontos, Glauber Braga continua sendo uma figura polêmica no cenário político brasileiro. Seus desdobramentos na Câmara dos Deputados são um reflexo da intensa polarização que caracteriza a política nacional, e sua luta por justiça legislativa está longe de ser encerrada.

