Crescimento do Vírus e Medidas de Vigilância
O Ministério da Saúde do Brasil confirmou quatro casos da nova cepa conhecida como gripe K. Dentre esses, um foi importado do exterior, especificamente de uma paciente das ilhas Fiji, enquanto os outros três foram identificados no Mato Grosso do Sul e estão em fase de investigação para confirmação da origem. A análise da amostra originária do Pará foi feita pela Fiocruz do Rio de Janeiro, um laboratório nacional de referência, enquanto as amostras do Mato Grosso do Sul foram processadas pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.
Em nota, a pasta informou que os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) dos estados envolvidos detectaram a presença do vírus e enviaram as amostras para sequenciamento, seguindo protocolos de vigilância sanitária. A identificação e monitoramento de casos de síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave (SRAG) foram intensificados em resposta ao aumento da circulação do novo vírus pelo mundo.
Entendendo a Gripe K
A gripe é causada pelo vírus influenza, que possui quatro tipos: A, B, C e D. Os tipos A e B são os responsáveis pelas epidemias sazonais, especialmente durante o inverno. O tipo B é dividido em duas linhagens: B/Yamagata e B/Victoria, enquanto o tipo A apresenta diversos subtipos classificados com base nas proteínas H e N presentes na superfície do vírus.
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Atualmente, os subtipos do influenza A mais comuns são o H1N1 e o H3N2. A gripe K refere-se a um subclado do H3N2, identificado oficialmente como J.2.4.1. Essas variações são normais e fazem parte da evolução natural do vírus, o que justifica a atualização das vacinas anualmente.
Circulação Global da Gripe K
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam um aumento significativo da gripe K em várias partes do mundo, com exceção da América do Sul. O vírus foi particularmente detectado na Austrália e Nova Zelândia a partir de agosto de 2025 e já está presente em mais de 34 países nos últimos seis meses.
A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) informou que o subclado K está se espalhando rapidamente, principalmente na Europa e em algumas regiões da Ásia. Nos Estados Unidos e Canadá, o número de casos também está em ascensão.
Na Europa, mais da metade dos países enfrenta uma temporada de gripe intensa, iniciada cerca de quatro semanas antes do previsto, devido à nova cepa, gerando desafios significativos para os sistemas de saúde. O novo subclado K do A(H3N2) representa até 90% de todos os casos confirmados de influenza na região.
A Gripe K é Mais Grave? Conheça os Sintomas
Até o presente momento, as autoridades de saúde não indicam que a gripe K seja mais séria que a gripe sazonal comum. Segundo informações da Opas, não foram observadas mudanças significativas na gravidade clínica da doença nos países afetados.
Os sintomas da gripe K permanecem os mesmos que os da gripe comum, incluindo febre, dor de garganta, mal-estar, secreção nasal, dor no corpo, tosse e fadiga. A vacina atual continua a ser uma medida efetiva de proteção.
Vacinação e Proteção
A Organização Mundial da Saúde ressaltou que, mesmo com as variações genéticas dos vírus influenza, a vacinação sazonal ainda oferece proteção contra formas graves da doença. Dados preliminares do Reino Unido sugerem que a eficácia da vacina está entre 70% a 75% para crianças de 2 a 17 anos, e de 30% a 40% para adultos.
O Ministério da Saúde brasileiro confirmou que as vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) oferecem proteção contra formas graves da gripe, incluindo aquelas causadas pelo subclado K. Grupos prioritários para vacinação são os mesmos definidos anteriormente e a adesão à vacinação é crucial para conter a circulação do vírus.
Paola Resende, pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios do IOC, enfatiza que a vacina atual deve garantir uma proteção adequada contra a nova variante.

