Recuperação Crucial para Pinguins-de-Magalhães
Nesta semana, três pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) foram resgatados pelo Instituto Albatroz, marcando o primeiro atendimento da temporada de inverno na região. Os animais, que desembarcaram em Geribá e na Praia da Tartaruga, em Búzios, além de Arraial do Cabo, foram levados ao Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) em Araruama. O Programa de Monitoramento de Praias do Brasil Central e Espírito Santo (PMP-BC/ES) é uma exigência do licenciamento ambiental federal, realizado sob a supervisão do Ibama.
Os pinguins resgatados apresentavam sinais de hipotermia e foram cuidadosamente acomodados em cobertores quentes, um passo essencial para restaurar sua temperatura corporal. Com o auxílio de fluidoterapia e medicamentos, os profissionais buscaram estabilizar a saúde das aves. Um dos pinguins, notavelmente, tinha o bico desproporcional: a parte superior era mais curta que a inferior, um problema que poderia comprometer sua habilidade de se alimentar adequadamente no meio natural. Este animal foi resgatado no dia 3 de julho e, além da hipotermia, apresentava baixo peso e indícios de afogamento. Apesar das dificuldades, estava em estado ativo.
Entre junho e setembro, os pinguins-de-Magalhães realizam sua migração anual, deixando a Patagônia em busca de águas mais quentes e comida. No entanto, muitos acabam encalhando em nossas praias, cansados ou doentes. Frequentemente, eles chegam debilitados e com frio extremo, necessitando de cuidados especiais.
Se banhistas encontrarem pinguins, vivos ou mortos, devem contatar imediatamente o PMP-BC/ES pelo telefone 0800 991 4800. A mesma recomendação se aplica ao avistar tartarugas marinhas, outras aves marinhas e mamíferos nas areias das praias.
É essencial destacar que, ao encontrar um pinguim na areia, não se deve tentar devolvê-lo ao mar, alimentá-lo ou tocá-lo. A médica veterinária Daphne Goldberg, Responsável Técnica do Instituto Albatroz, alerta: “Não coloque os animais em recipientes com água ou gelo, pois eles já estão sofrendo com o frio. Além disso, é importante evitar tirar fotos com animais encontrados na natureza, especialmente os que estão feridos ou debilitados. Esses animais enfrentam altos níveis de medo e ansiedade, e manipular para fotos pode intensificar esse estresse e agravar ferimentos existentes.”
Engajamento na Conservação
O trabalho do Instituto Albatroz e do Programa de Monitoramento de Praias é fundamental para a conservação das espécies marinhas e a sensibilização dos banhistas sobre a importância de preservar a fauna local. A interação responsável com a natureza não só ajuda a proteger esses animais vulneráveis, mas também promove a educação ambiental e a conscientização sobre as ameaças que eles enfrentam.
O resgate e a reabilitação de pinguins-de-Magalhães são uma parte crucial do trabalho contínuo em prol da conservação marinha. Com a colaboração de banhistas e cidadãos conscientes, é possível fazer a diferença na preservação dessas aves icônicas e garantir que possam retornar ao seu habitat natural, saudáveis e recuperados.