Movimentação Política Acentuada na Alerj
Na última terça-feira (10), a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) se tornou palco de acusações graves de perseguição política. A deputada Dani Monteiro, do PSOL, destacou que existe um movimento organizado dentro do plenário para coagir aqueles que se opõem aos interesses do deputado Bacellar. Segundo Monteiro, uma suposta “tropa de choque” ligada à base governista estaria obstruindo votações e intimidando parlamentares.
Um exemplo claro dessa situação foi a proposta da deputada Marina do MST, do PT, que homenageava um evento cultural. O projeto recebeu emendas e foi retirado de pauta, algo raro para esse tipo de iniciativa. Além disso, o deputado Jari Oliveira (PSB) também enfrentou desafios com sua proposta de homenagem, que foi alvo de um requerimento de verificação de quórum, resultando na suspensão da sessão.
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Outro projeto relevante, proposto por Dani Monteiro, visava conceder o Prêmio Abdias do Nascimento ao Bar Borogun, um espaço notável na promoção da cultura afro-brasileira. Contudo, uma emenda do deputado Alexandre Knoploch (PL) alterou o homenageado para uma padaria, sem justificativa técnica, o que inviabilizou a votação. O deputado Yuri (PSOL) também viu sua proposta, que buscava medidas de conscientização para pais durante o pré-natal, não ser deliberada devido a manobras que esvaziaram o plenário.
Dani Monteiro expressou grave preocupação com a situação, afirmando que ações como essas configuram uma postura antirrepublicana, afetando diretamente a atividade legislativa e causando desperdício dos recursos públicos. “A normalidade institucional deve ser restabelecida. A Alerj não pode ser utilizada como uma ferramenta de intimidação contra mandatos legítimos, nem se transformar em uma trincheira para proteger aqueles que estão sob investigação”, declarou a deputada em nota oficial.
Em resposta às acusações, o deputado Rodrigo Amorim (PL), próximo a Bacellar, reconheceu a existência de retaliações contra a esquerda, embora tenha enfatizado que não há uma orientação oficial do presidente afastado ou do governo do estado para tal obstrução. “Não existe uma recomendação do governo para impedir qualquer proposta. É legítimo, em uma casa com uma maioria conservadora, contestar ideias da esquerda nas pautas que envolvem isso. Cada mandato tem o direito de utilizar o regimento para se contrapor a outro grupo político”, afirmou Amorim.
Após as tensões do dia, o presidente em exercício Guilherme Delaroli (PL) anunciou que convocará uma reunião com os líderes partidários da Alerj. O objetivo é buscar a pacificação da Casa e assegurar que as pautas voltem a ser tratadas de maneira adequada, evitando mais conflitos que possam prejudicar o funcionamento legislativo.

