Conflito e Despreparo na Câmara dos Deputados
No dia 9 de outubro, o deputado federal Glauber Braga, do PSOL do Rio de Janeiro, ocupou a presidência da Câmara em uma ação polêmica que culminou em sua queda. A resposta do presidente da Casa, Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba, foi igualmente controversa ao autorizar o uso da Polícia Legislativa contra Braga, aliados e jornalistas presentes no plenário.
Ambas as ações, consideradas desmedidas, não devem ser vistas como justificativas uma para a outra. Como expressaram diversos deputados após o incidente: dois erros não resultam em acertos.
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Embora a atitude de Glauber tenha sido criticada, a resposta de Motta ao permitir que a força policial fosse utilizada contra um parlamentar foi ainda mais questionável. A reação desproporcional não só arriscou a integridade física de diversas pessoas sem envolvimento político com Braga, mas também deteriorou ainda mais a imagem da Câmara, que enfrentou uma situação inédita e, de certa forma, evitável.
Justificar a ação de Motta com base no comportamento de Braga desconsidera o contexto mais amplo. Em agosto, por exemplo, episódios semelhantes envolvendo deputados de direita na mesa da Câmara resultaram apenas em afastamentos temporários, sem qualquer intervenção policial. A disparidade na aplicação das normas suscita questionamentos sobre a coerência na gestão dos conflitos.
A situação de Glauber agora se complica, com a possibilidade de seu mandato ser cassado pela Câmara. Por outro lado, o legado de Motta será marcado pela falta de equilíbrio em suas decisões, sendo lembrado como o presidente que, em momentos críticos, se deixou levar por reações impulsivas.

