Decisão Judicial Revoluciona Benefícios para Ex-Presidentes
A justiça Federal determinou a suspensão dos benefícios vitalícios concedidos a Jair Bolsonaro, decorrentes de sua condição de ex-presidente. Em uma decisão liminar, divulgada na noite de terça-feira, o juiz substituto Pedro Pimenta, da 8ª Vara Federal de Belo Horizonte, ordenou que a União bloqueasse em até 48 horas o fornecimento de servidores, veículos oficiais, motoristas e assessores ao ex-mandatário, conforme estipulado pela legislação que regula os direitos de ex-presidentes.
No primeiro semestre de 2025, Bolsonaro já havia gerado um custo de R$ 521.073 aos cofres públicos. De acordo com um levantamento do GLOBO, utilizando dados do Portal de Dados Abertos da Casa Civil, até novembro deste ano, o ex-presidente acumulou um gasto total de R$ 994.592,11. Desse montante, cerca de R$ 657 mil foram direcionados a gratificações por cargos em comissão, enquanto R$ 240 mil foram gastos com passagens aéreas e despesas de locomoção.
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Fundamentação Legal e Implicações
A regulamentação desses benefícios foi instituída por um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2008, que detalha que ex-presidentes têm direito a quatro servidores para segurança e apoio pessoal, além de dois assessores, veículos e motoristas. A iniciativa que questiona a manutenção desses direitos foi proposta pelo vereador de Belo Horizonte, Pedro Rousseff (PT), que argumenta que a situação de Bolsonaro, em regime fechado devido à sua condenação a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, impossibilita sua participação em atividades políticas e públicas.
Os benefícios são concedidos para garantir a segurança e o apoio pessoal dos ex-presidentes durante sua vida civil, considerando os riscos associados ao cargo. No entanto, dado que Bolsonaro está sob custódia na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, sua rotina e deslocamentos estão regidos pela legislação de execução penal.
A decisão judicial enfatiza que a estrutura disponibilizada para os ex-presidentes em liberdade não se aplica ao contexto de custódia em que Bolsonaro se encontra. “A equipe de segurança pessoal e motoristas vinculados ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) não é compatível com a realidade de um ex-presidente em regime fechado”, ressaltou o juiz.
Custos com Ex-Presidentes: Um Panorama Gasto
Conforme dados do Portal de Dados Abertos da Casa Civil, os ex-presidentes do Brasil acumularam um custo total de R$ 7,6 milhões entre janeiro e novembro deste ano. Fernando Collor lidera os gastos, com aproximadamente R$ 1,9 milhão, enquanto cumpre pena de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Embora esteja sob detenção domiciliar por questões de saúde, Collor tem despesas com passagens e locomoção que ultrapassam R$ 560 mil.
Em seguida, Dilma Rousseff aparece com um custo de R$ 1,8 milhão, seguida por Michel Temer (R$ 1,2 milhão), José Sarney (R$ 884 mil) e Fernando Henrique Cardoso (R$ 756 mil). O atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, utilizou o benefício pela última vez em 2022, somando R$ 1,8 milhão.
Para 2024, os gastos com ex-presidentes estão estimados em R$ 9,4 milhões. Nesse contexto, Dilma Rousseff se destaca, com cerca de R$ 2,1 milhões, especialmente em despesas relacionadas a compromissos internacionais, refletindo seu papel como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento na China. Collor e Bolsonaro também ultrapassaram os R$ 2 milhões em custos, revelando uma realidade de gastos elevadíssimos com ex-mandatários do Brasil.

