Dados Alarmantes sobre Nascimentos e Óbitos no Piauí
Em 2024, o Piauí registrou o menor número de nascimentos desde o início da série histórica, conforme indicam as Estatísticas do Registro Civil do IBGE. Com 38.438 nascimentos, houve uma queda significativa de 8,2% em relação a 2023, que contou com 41.884 nascimentos. Essa já é a terceira vez consecutiva que o estado apresenta redução no quantitativo de nascimentos e, estranhamente, coincidentemente, é também a terceira maior queda entre todos os estados do Brasil.
Históricamente, desde 2003, a média de nascimentos no Piauí sempre foi superior a 40 mil. O ano de 2024, portanto, marca um ponto de inflexão, com o registro de 38.438 nascimentos. Para se ter uma ideia, em 2018, o estado atingiu seu pico com 48.830 nascimentos, o que resultou em uma redução de 10.392 nascimentos nos últimos seis anos, equivalente a uma queda de 21,3%.
Comparativo Nacional e Impactos Regionais
No panorama nacional, o Brasil registrou 2,37 milhões de nascimentos em 2024, uma diminuição de 5,8% na comparação com o ano anterior. Essa tendência também se confirmou em todos os estados, com destaques para os que tiveram maiores quedas: Acre (8,7%), Rondônia (8,6%), Piauí (8,2%) e Roraima (8,0%). Por outro lado, Paraíba (1,9%), Alagoas (2,4%) e Goiás (3,0%) foram os estados que registraram as menores quedas.
Teresina: A Capital com Maior Queda no Número de Nascimentos
Na capital, Teresina, a situação é ainda mais alarmante. Com 10.557 nascimentos em 2024, a cidade enfrentou uma queda de 14,8% em comparação com os 12.385 nascimentos no ano anterior, tornando-se a capital com a maior redução no país. Em 2018, Teresina tinha registrado 15.511 nascimentos, e agora, a comparação com 2024 revela uma diminuição de 4.954 nascimentos, o que equivale a uma queda de 32% em seis anos.
Crescimento dos Óbitos e Taxa de Casamentos em Declínio
Curiosamente, ao passo que os nascimentos estão em baixa, os óbitos no Piauí voltam a aumentar. Após dois anos de queda, 2024 trouxe o registro de 21.274 mortes, um aumento de 4,34% em relação a 2023. Essa tendência também se reflete no Brasil, que teve um total de 1,49 milhão de óbitos, com um crescimento de 4,6% em relação ao ano anterior. Os estados com maior aumento foram o Distrito Federal (10,26%), Rio Grande do Sul (8,03%) e Goiás (7,68%).
Para piorar a situação, o Piauí apresentou a menor taxa de nupcialidade legal do país, com apenas 3,2 casamentos por mil habitantes em 2024. Essa taxa caiu de 5 para 3,2 casamentos por mil entre 2014 e 2024. No Brasil, a média também diminuiu, caindo de 7,1 para 5,6 casamentos por mil na mesma comparação.
O Que Esperar para o Futuro?
O Piauí registrou 8.683 casamentos em 2024, uma queda de 11,41% em relação ao ano anterior. Este dado reflete uma tendência nacional onde, apesar do incremento de 0,86% nos casamentos no Brasil, o estado se encontra em situação crítica, onde o casamento está se tornando cada vez mais raro. Não apenas a taxa de nupcialidade está em declínio, mas também a idade média para o casamento aumentou: homens passam a se casar aos 32,1 anos e mulheres aos 29,6 anos.
Além disso, em 2024, 35,26% dos divórcios resultaram em guarda compartilhada de filhos, um aumento significativo na proporção desde 2014. Enquanto isso, o número total de divórcios caiu para 3.044, uma redução de 2,6% em relação a 2023.
Esses dados do IBGE levantam questões sobre as dinâmicas sociais no Piauí e apontam para um futuro que requer atenção das autoridades e uma reavaliação das políticas públicas na área de saúde e bem-estar social.

