Mobilização da Comunidade Escolar em Defesa da Qualidade Educacional
No mês de novembro, a Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC-RJ) introduziu uma controversa política de aprovação automática para a rede estadual. A medida permite que alunos do 1º e 2º ano do Ensino Médio avancem mesmo com reprovações em até seis disciplinas, enquanto os estudantes do 3º ano poderão ser aprovados com até três reprovações. Apenas dois estados brasileiros adotam políticas semelhantes, segundo um levantamento realizado pelo RJ TV.
Em resposta a essa decisão, o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) organizou um ato público, promovendo uma plenária com a participação de movimentos sociais e educacionais. Durante o evento, foi lançado um manifesto e uma campanha contra a política de aprovação automática. Agora, o Sepe está coletando assinaturas em uma petição eletrônica que pode ser acessada por toda a comunidade escolar, além da população em geral, convidando todos a se unirem à luta pela qualidade da educação pública e pelos direitos dos trabalhadores, da juventude e pela autonomia pedagógica das instituições.
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O abaixo-assinado está disponível neste link: Petição contra a aprovação automática.
Contexto Polêmico e Consequências
A decisão da SEEDUC é vista por muitos como uma tentativa de mascarar os baixos índices do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), no qual o estado do Rio ocupa a penúltima posição do ranking nacional. Além disso, essa estratégia também parece visar melhorar a imagem do governador Cláudio Castro em vista das eleições de 2026, uma abordagem já observada em outras redes de ensino, incluindo a municipal do Rio.
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A implementação da aprovação automática acontece em um cenário de escassez de aulas presenciais, ausência de concursos para novos educadores e mudanças significativas no Novo Ensino Médio. Essas condições estão aprofundando a precarização do ensino e ampliando as desigualdades educacionais, afetando desproporcionalmente a juventude negra e de baixa renda do estado.
Outro ponto crítico é a meta imposta pelo governo estadual, que estabelece um índice de 95% de aprovação por escola. Para incentivar essa aprovação, a administração oferece bônus de R$ 3 mil aos professores, o que tem sido comparado a uma “bolsa aprovação automática”. Essa estratégia, no entanto, ignora as perdas financeiras enfrentadas pelos profissionais da educação, que ainda não recebem o piso nacional do magistério.
Oposição e Ativismo
O manifesto assinado por diversas entidades e movimentos sociais critica abertamente a aprovação automática, reforçando a necessidade de um debate mais profundo sobre a qualidade da educação no Rio de Janeiro. Eles argumentam que a medida não resolve os problemas estruturais da educação e, sim, pode levar a um retrocesso no aprendizado dos estudantes.
Nesta luta pela educação de qualidade, a mobilização da comunidade escolar e a colaboração entre educadores, alunos e familiares são cruciais. A participação ativa na petição e a divulgação da causa são formas de resistir a políticas que podem comprometer o futuro dos jovens e o desenvolvimento educacional no estado. Assim, o Sepe e seus aliados continuam a buscar alternativas que respeitem os direitos educacionais e promovam um ensino mais justo e igualitário.

